Você sabe o que é a tese do século? 

Você sabe o que é a tese do século? 

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Você já ouviu falar sobre a tese do século? Ela teve início a partir de um pedido de exclusão do ICMS da base de cálculo das contribuições sociais, como PIS e COFINS. Por conta disso, ocorreu grande impacto na saúde financeira dos contribuintes e para o poder público. 

Essa questão continuou até parar nas mãos do STF, onde os ministros concluíram o processo garantindo a exclusão do ICMS da base de cálculo do PIS e COFINS em 13 de maio de 2021 (RE 574.706). O julgamento final se deu com a publicação do acórdão pelo Supremo Tribunal Federal no dia 12 de agosto de 2021. 

Nesse texto, vamos explicar melhor o que significa a tese do século e quais são os impactos gerados para as empresas. Confira! 

O que é a tese do século? 

A tese do século é chamada dessa forma devido ao grande impacto nos cofres públicos e o caixa das organizações. Como já explicamos, trata-se da exclusão do ICMS da base de cálculo do PIS e COFINS.

Antes de compreender totalmente o que é a tese do século, é preciso entender o que são as contribuições sociais e o ICMS. 

PIS e COFINS são contribuições sociais que impactam a Receita Federal e o faturamento das empresas. Dessa forma, podem ser cobrados cumulativamente ou não.

Já o ICMS é um imposto estadual que recai na circulação de mercadorias e em algumas prestações de serviços. Essas questões são observadas a partir do princípio da cumulatividade, que prevê a necessidade de compensar o que for devido em cada operação de acordo com o montante cobrado nas anteriores pelo mesmo estado ou não, além do Distrito Federal. 

Antes da tese do século, eram consideradas as vendas de produtos e serviços que incluíam o ICMS para o cálculo do PIS e COFINS. Sendo assim, o ponto central do argumento da tese do século é baseado no fato de que o ICMS não compõe a receita ou o faturamento da empresa por ter destinação a terceiros, como o fisco estadual ou distrital. Por isso, os contribuintes levaram esse tema ao judiciário. 

No dia 15 de março de 2017, o STF concluiu pela inconstitucionalidade da inclusão do ICMS na base de cálculo do PIS e COFINS. A partir desse momento, foi fixada a tese de que o ICMS não compõe a base de cálculo para incidência dessas contribuições sociais. 

Essa decisão foi tomada porque o ICMS representa uma receita transitória nos cofres das empresas, que por sua vez, precisam repassar o valor para o estado arrecadador. Isso significa que a parcela do ICMS não pode ser considerada como faturamento ou receita bruta, e portanto, não deve compor a base de cálculo para PIS e COFINS. 

Quais são os impactos da tese do século? 

Cofres públicos 

De acordo com uma pesquisa feita pelo Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação, a tese do século gerou cerca de R$358 bilhões em créditos fiscais para empresas. 

Além disso, estima-se que grande parte desse valor ainda não foi usado pelas organizações, o que representa aproximadamente R$264,6 bilhões. 

Contribuintes 

A partir da data em que a tese do século foi julgada, o STF definiu a modulação dos efeitos da decisão, exceto para ações judiciais e administrativas protocoladas até ali. 

Dessa forma, isso significa que: 

  • Para contribuintes que já discutiam a tese de forma judicial ou administrativa antes de 15 de março de 2017 havia a possibilidade de deixar de recolher ou reaver o PIS/COFINS
  • Para contribuintes em geral não havia obrigação de recolher o PIS/COFINS com a inclusão do ICMS, além de terem a autorização de requerer a restituição dos valores pagos até 15 de março de 2017

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